Título Original: Tim
Autora: Colleen McCullough
Editora: Bertrand Brasil
ISBN: 8528603342
Páginas: 336
Compre: Saraiva / Livraria Cultura
Bom Diaaaaaaa!! Nesta sexta-feira ensolarada (pelo menos aqui em Natal/RN), traga-lhes a resenha de um romance que pode ser descrito, como tocante, encantador, emocionante! Mas antes de falar um pouco mais, que tal vermos, primeiro, a sinopse:
Artamon, bairro de classe média em Sidnei, Austrália.Tim foi o romance de estreia da autora Colleen McCullough, lançado pela primeira vez em 1974, podendo ser considerado um clássico e, ao mesmo tempo, inovador ao tratar de um assunto tabu para aquela época e, porque não, até mesmo atualmente: pessoas excepcionais.
Mary Horton, solteirona, na casa dos quarenta. Rica, porém simples e solitária, acredita não necessitar de amigos, tampouco de um amor. A literatura e a música ajudam-na a preencher a solidão. Mary não aspira a coisas que não conheceu.
Tim Melville, vinte e cinco anos, operário inexperiente, filho de Ron e Esme Melville, que o receberam como uma dádiva para o seu tardio casamento. Tem o rosto, o corpo e a graça de um deus grego. Embora belíssimo, está longe de possuir um intelecto em harmonia com o físico deslumbrante.
Todavia, Ron e Esme, operários simplórios, pessoas sensatas e sem ambição, o amam pelo que ele é. O casal o preparou para viver segundo as suas possibilidades. Tim é um sujeito insignificante que trabalha na construção, infatigável e bem mais esforçado do que os companheiros. Os dias de trabalho pesado e os fins de semana são passados com o pai num bar; as noites em casa, ao lado da família assistindo à televisão. Para ele, uma vida segura e tranquila.
Tim é tão maravilhoso de se admirar que Mary Horton não consegue acreditar nos próprios olhos ao vê-lo, pela primeira vez, trabalhando na reforma da casa ao lado. A vizinha, pessoa franca e de bom coração, foi quem a alertou tanto para a doçura quanto para as graves limitações do rapaz. Mesmo assim, Mary o contrata para trabalhar como seu jardineiro nos fins de semana e descobre que, usando apenas um pouco de delicadeza, é possível extrair tudo do rapaz.
Um idílio em que ambos dão e recebem muito, mas que infelizmente se modifica, como acontece com todos os idílios...
Uma história de singela e suave beleza, de inesperados acontecimentos que tanto tocarão os leitores como os surpreenderão.
O personagem principal desta estória, Tim Mellville, tem vinte e cinco anos, é dono de uma beleza estonteante, mas possui o que se poderia chamar de uma leve deficiência mental. Mas nem por isso ele é incapaz, pois graças a seus maravilhosos pais, Ron e Esme, ele foi criado em um lar cheio de amor, compreensão e que sempre buscou estimulá-lo a levar uma vida mais normal possível, dentro das suas limitações.
E é exatamente após um de seus trabalhos no ramo da construção que Tim conhece Mary Horton, uma mulher de mais de quarenta anos, que sempre viveu sozinha, muito trabalhadora e, exatamente por isso, rica. Mas sua vida era vazia, sem cor, posso dizer que ela simplesmente estava de passagem pela vida até conhecer Tim.
A partir de então, eles se tornaram grandes amigos, e passaram a cuidar e ensinar um ao outro. Ela ensinou-o a ler um pouco, escrever, a calcular contas simples e tratava-o como um adulto, explicando-lhe as coisas da vida com calma, paciência e carinho. Ele mostrou-lhes as maravilhas das coisas simples da vida, como a apreciar a natureza, conversar com um amigo, sorrir e brincar mais.
Mas, como um tabu que era, essa amizade termina sendo alvo de fofocas e insinuações, o que nem sempre é fácil para Mary lidar, mas ela assim o faz de cabeça erguida.
Acontece que com o passar do tempo, essa relação entre Mary e Tim chega a um ponto decisivo, em que tanto ela, quanto Ron (pai de Tim), precisam tomar uma decisão crucial acerca do futuro deles.
Colleen soube desenvolver a relação entre Mary e Tim de uma forma que eu não conseguia enxergar, a princípio, como possível. Ela construiu uma estória tão linda e emocionante, que você se percebe vibrando de felicidade por cada nova conquista de Tim! É simplesmente maravilhoso acompanhar seu aprendizado, suas descobertas, seus diálogos com Mary, é lindo ver o crescimento da afeição entre eles e o quão bem eles fazem um ao outro!
Sem contar a forma como a autora soube abordar o tema da deficiência mental. Ela soube ser, ao mesmo tempo, realista, crua (muitas vezes ela mesma descrevia Tim como se fosse uma criancinha ou um cachorrinho), mas também sensibilizada e apaixonada.
Ademais, Colleen conseguiu, ainda, amarrar muito bem a estória, de maneira que seu desenrolar não se tornou algo estranho e artificial, como às vezes acontece em alguns romances. Ela foi desenvolvendo a estória de uma forma tão concatenada e gradual, que você vai se envolvendo de pouquinho em pouquinho, até estar completamente submerso no universo do livro e ser capaz de compreender completamente tudo o que está acontecendo.
Quanto a parte técnica, a narração ocorre em terceira pessoa, o que nos dá um ponto de vista bem amplo dos pensamentos e sentimentos de todos os personagens. Isso também facilita as críticas no narrador, principalmente em relação a determinados comportamentos sociais da época.
Além disso, por seu um livro da década de 70, esperava um pouco mais de dificuldade na leitura, o que não ocorreu, a tradução está muito boa; as poucas palavras e termos que não faziam parte do meu vocabulário foram muito fáceis de pesquisar, isso quando já não vinham explicadas no rodapé. A própria leitura em si flui tranquilamente, é o tipo de livro gostoso de ler...daqueles que você nem sente e quando percebe já está terminando!
Minha crítica vai apenas para dois aspectos: a capa do livro e o final. A capa, porque, apesar da cor de fundo e das rosas serem belíssimas, a foto do rapaz não ficou legal (muitas pessoas já me disseram que se fosse só pela capa, não compraria o livro). Quanto ao final, não gostei tanto, pois terminou de forma abrupta, deixando aquela sensação de que faltou alguma coisa.
Uma curiosidade, para quem não sabe, em 1979 foi feita uma adaptação cinematográfica, no qual Tim é interpretado por Mel Gibson e Mary por Piper Laurie. Eu juro que procurei o trailer, mas não encontrei (
Trecho:
"Era tão difícil entender seus sentimentos com relação a ele: num momento, pensava nele como se fosse uma criancinha, em seguida, a sua beleza física fazia-lhe lembrar que Tim já era um adulto. E, para ela, era tão difícil ter qualquer sentimento, quando já fazia tanto tempo que que fizera algo mais além de apenas viver" (Página 76)Para quem gosta de romances, esse é um livro que não pode faltar na sua estante! Tim foi, até agora, para mim, a surpresa literária de 2011 (sim, eu sei que ele é de 1974, mas eu o li esse ano, então...)! Recomendadíssimo!
PS.: Dedico esta resenha a Lucas e sua mãe, minha querida amiga linda Alba, do blog Psychobooks! =*
Que lindo, Carol!! =´)
ResponderExcluirQuero ler!! Adoro essa inserção do deficiente na literatura, e fiquei curiosa pra saber o enfoque que a autora deu no romance!!
Obrigada pela dedicatória, viu? CHOREI!!
Amo vocês!! S2
Nossa, Carol, me emocionei com sua resenha. Mesmo! Linda história a desse livro. Fiquei com vontade de ler!
ResponderExcluirBeijos, Jaque.
PS: Alba, você merece, guerreira! ^-^
A resenha ficou linda e a Alba realmente merece a dedicatória!!!!!
ResponderExcluir=***
Carol, a resenha me fez ficar com muita vontade de ler :-)
ResponderExcluirAmei !!!!
Realmente Tim é um livro lindo... muito tocante!
ResponderExcluirAdorei a resenha!
Ow, que lindoo que é esse livro.
ResponderExcluirPreciso ler logoo!
Eu gosto quando um dos protagonista tem alguma doença ou é especial, como o Tim.
Resenha muito boa!
Ps. eu gostei da capa >.<
Bjos
Eu adorei essa resenha! Vi alguém divulgando a promoção e fiquei curiosa por causa do nome do livro; aí chego aqui e me deparo com essa história maravilhosa! Realmente muito bom.
ResponderExcluirLi o livro em 1984,é lindo!E de tempos em empos releio e sempre aprendo algo novo.Gostaria de assistir o filme. alguém sabe onde posso encontrá-lo?
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